Andrea Bazarian Vosgueritchian

Esta tese estabelece uma relação direta entre a rede de infraestrutura de serviços urbanos e os projetos de renovação urbana. Por meio da execução da análise cruzada entre as áreas de operação urbana da Região Metropolitana de São Paulo [RMSP], os dados socioeconômicos e os dados de infraestrutura de serviços urbanos, juntamente com a análise amostral dos fluxos da metrópole (com o uso da ferramenta de sistemas de informação georeferenciados [SIG]), pôde-se produzir uma interpretação quanto a heterogeneidade da metrópole. Essa heterogeneidade foi comprovada tanto do ponto de vista socioeconômico, como na cobertura e qualidade dos serviços de infraestrutura urbana, tornando necessária uma reestruturação do balanço entre oferta e serviços no espaço metropolitano, no sentido de tornar possível a conectividade entre os espaços urbanizados, um real espaço de fruição que possa preencher os objetivos da regeneração urbana. A hipótese desta pesquisa é a de que projetos de renovação urbana em cidades em desenvolvimento, que integram melhorias em relação à cobertura e qualidade de infraestrutura urbana – diferenciadas em relação ao entorno –, tendem a perder as qualidades intrínsecas que os diferenciam, sendo os seus benefícios atenuados e dissipados no território metropolitano. Por conseguinte, impõe-se como condição fundamental de preenchimento dos objetivos da regeneração urbana, que se garantam condições equânimes de acesso à infraestrutura urbana na área de influência da intervenção. Esta tese refuta a ideia estabelecida de que a metrópole de São Paulo é um sistema policêntrico, e defende que, do ponto de vista material das redes de serviços urbanos, a existência de centros secundários consolidados só seria concreta caso os espaços que compreendem a RMSP pudessem de fato alcançar condições equânimes de infraestrutura.

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