Jeferson Cristiano Tavares

Este trabalho analisa a formação das principais rodovias e das principais cidades do estado de São Paulo, ao longo do século XX, e como elas se transformam numa região que estrutura o território paulista e se torna a base do movimento e da fixação das pessoas, seus bens e riquezas. Essa abordagem está apoiada na hipótese que considera os polos urbanos e eixos rodoviários elementos estruturantes da organização territorial do estado de São Paulo e que, orientados pela lógica da atividade industrial, constituem uma região qualificada para o desenvolvimento, denominada Região dos Vetores Produtivos. Elegemos como objeto de estudo a relação que se estabelece entre as ações planejadoras empreendidas pelo Estado e o processo de urbanização paulista. O trabalho partiu de uma vasta pesquisa de fontes primárias e secundárias, abordou-as segundo os conceitos da geografia e da economia e as interpretou à luz da visão do planejamento urbano e regional identificando os modelos, as matrizes e os principais colaboradores da sua prática no estado de São Paulo, no período entre 1913 e 1982. O trabalho está baseado na ideia de “rugosidade” de Milton Santos a partir da qual é possível avaliar a resiliência do espaço e sua influência nas relações sociais. Da estruturação produtiva de base industrial fordista à reestruturação econômica de fins do século XX, a organização territorial proporcionada pela permanência das ações planejadoras foi fundamental no movimento de concentração e interiorização das pessoas, do capital, das indústrias e dos serviços, em boa medida responsáveis pela formação da maior aglomeração metropolitana da América Latina, a Macrometrópole Paulista.

Universidade de São Paulo

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